Publicado em 21/02/22

Amazônia: “Só valorizamos aquilo que a gente conhece” – Coluna Vida Simples

amazônia

Confira o segunda artigo sobre a Amazônia do professor André Mafra para a Vida Simples.

Precisamos abrir os olhos, os ouvidos e a boca para ver, ouvir e saborear a Amazônia.

Quando lancei meu livro “Sabores & Destinos: uma viagem pela história das especiarias“, recebi de uma leitora, Silvia Cury, um questionamento que mexeu comigo: “Gostei muito do seu livro, mas faltam coisas do Brasil”.

Ela tinha razão. Na minha jornada de construção de conteúdo, eu não havia privilegiado minha terra, meu país. Então, devolvi: “Qual caminho você me indicaria?”

Sua resposta me indicou um destino (a Amazônia), e também o trabalho de uma pessoa (a Jane Glebia, fundadora do Instituto Laurinda Amazônia).

Esse é o segundo de uma série de três artigos nos quais o colunista André Mafra compartilha suas descobertas sobre a Amazônia aqui em Vida Simples. O primeiro foi “Amazônia: novos sabores em um novo destino“.

Você conhece a Amazônia?

O fato é que muitos brasileiros como eu não sabem nada de muitas regiões deste país continental e, em alguns determinados extratos culturais e sociais, não é incomum antes viajar para diversos países. Mas, afinal, de onde estamos falando?

A Amazônia é uma região que engloba muito mais do que o Estado do Amazonas. No total, a Amazônia Internacional tem um território de 6,74 milhões de quilômetros quadrados, que ocupa mais oito países: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Peru e Venezuela. Aqui no Brasil, além do Amazonas, a faixa conhecida como “Amazônia Legal” também avança sobre Rondônia, Acre, Roraima, Amapá, Tocantins, Mato Grosso, Maranhão e Pará.

Não dá para a Amazônia passar despercebida

Só valorizamos aquilo que a gente conhece. Até então, ouvimos falar, temos uma ideia. Mas quando você vai, convive, vê e sente a importância do outro para você, é isso que faz toda a diferença”, diz Jane Glebia.

Além de extenso território, não podemos deixar de destacar uma cultura rica, diversa e complexa. São muitas “Amazônias” e aqui quero lhe passar um suave lampejo de um recorte específico que tem como missão despertar você para um tesouro que pode ser desfrutado por você.

Eu imagino que você saiba das riquezas daquela terra. Eu também sabia, mas vê-las é algo que você precisa fazer. Mais do que isso, você precisa senti-las. Fato é que trata-se do local de maior riqueza do mundo. Para ser sincero, tive a sensação de estar no verdadeiro Éden —não estou exagerando—, um verdadeiro paraíso onde se estica um braço e se tem à mão uma alimento rico, uma fruta, um novo sabor.

“Inverno” é tempo de frutas na Amazônia

Visitar a Amazônia em janeiro é sua oportunidade de conhecer o inverno amazônico (que obviamente de frio não tem nada), e que nos brinda com muitas frutas. Por outro lado, como me esclarece Kleber, meu amigo ribeirinho que sempre me alertava para as descobertas na mata de especiarias), no verão (meses de junho e julho) temos menos frutas, os rios ficam mais baixos e com isso as praias de água doce ficam mais bonitas.

Mas, voltando as frutas… que espetáculo! Confesso que fui pego de surpresa e fui agradavelmente constrangido em conhecer e provar tantos sabores, tantas frutas que nunca havia ouvido falar. Que tal em poucos dias provar da fruta do inajazeiro, o inajá, ou da pupunheira, a pupunha ou o araça, o mucajá, o uxi, o tucumã, o cacau e o cacaú, o abio, as variedade de ingá (pequeno, cipó, chinelo), o camapu, e, claro, o açaí e a castanha-do-brasil, antiga castanha-do-pará, entre muitas outras?

Um abraço do Mafra

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Autor
Mafra lake

Andre Mafra

  Estudioso da área de culinária desde 2010, dedica-se a pesquisar e estudar sobre alimentação e especiarias. Realizou viagens aos… Continue lendo.

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