Publicado em 01/07/24
15 de julho de 1099 – Os cruzados tomam Jerusalém
Os cruzados tomam Jerusalém, é o fim da Primeira Cruzada
As Cruzadas marcaram o momento no qual a Europa ocidental, por meio dos seus cavaleiros cruzados[1], travou contato in loco com a cultural oriental. O movimento durou entre os anos de 1096 e 1291 e, no início, teve como meta tomar os lugares que os cristãos consideravam sagrados, onde Jesus supostamente vivera: Belém, Nazaré e Jerusalém. Para tanto, multidões de peregrinos e soldados se deslocaram em direção à Palestina, resultando em intensas trocas culturais e comerciais que incitaram no Ocidente o desejo de conquistar as riquezas do Oriente. O efeito disso foi uma invasão de especiarias exóticas à mesa dos europeus.
Atendendo ao sermão proferido pelo papa Urbano II em 1099, perto da cidade de Clermont, na França, milhares se dispuseram como soldados da guerra santa.
Em junho de 1099, chegaram a Jerusalém 13 mil soldados cristãos, menos de 25% do efetivo original, mas o que viram não foi nada recompensador. As muralhas da cidade tinham sido reforçadas e os fossos cavados, as cercanias da cidade devastadas e poços secos ou envenenados. Para os soldados que levam o sinal da cruz, tanto muçulmanos quanto judeus eram inimigos de cristo e deveriam pagar por isso. Na violenta investida, um verdadeiro banho de sangue varreu as ruas de Jerusalém chegando até o nível dos tornozelos. Nem mulheres, nem crianças foram poupadas, e acredita-se que mais de 30 mil muçulmanos, judeus e até cristãos, provavelmente os orientais, foram mortos.
Em 15 de julho de 1099, a cidade mais sagrada da cristandade passou às mãos dos cruzados sob o comando de Godofredo de Bouillon que se torna o primeiro rei latino da cidade e a igreja do Santo Sepulcro ficou sob proteção do governo cristão católico. Já a mesquita de Al-aqsa foi usada como estábulo para os cavaleiros de Cristo e onde se acredita, segundo os cronistas árabes, que 70 mil pessoas foram mortas.
A verdade, porém, é que a paz estava longe de ser alcançada. Em uma jihad sem fim, os seguidores de Cristo e os muçulmanos se revezaram na troca de poder e conquistas em batalhas que se arrastavam por cidades, vilarejos e fortalezas por todo o Oriente médio. Passados mil anos depois, assistindo as notícias dos conflitos no Oriente médio, os atentados, os ataques de terroristas extremistas, o preconceito a imigrantes e refugiados e outras tristezas noticiados nos jornais da atualidade, sinto que poucos passos no progresso destas delicadas questões foram efetuados.
[1] Acredita-se que, por causa da grande quantidade de fieis que vieram ouvir o papa, o sermão teve que ser conclamado no campo do lado de fora da igreja.
por André Mafra
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