Publicado em 29/11/20
Colorau e Urucum
Colorau
É também conhecido pelo nome colorífico, em Portugal de páprica. Não considero o colorau uma especiaria legítima. Vou explicar, ele é usado para alterar a cor do prato que se deseja incrementar, se utilizado no arroz, por exemplo, faz com o mesmo fique com uma tonalidade alaranjada ou avermelhada, mas pela sua composição muitas vezes ele pode alterar o sabor do prato preparado, fato que não me agrada.
Se usado em demasia engrossa a consistência do prato além de alterar o seu sabor como mencionei. O colorau é composto basicamente de fubá e urucum e, portanto, seu preço é bem baixo. Em conversas informais descobri que o colorau é muitas vezes utilizado para fazer render o molho de tomate. Ao invés de espaguete ao sugo temos espaguete ao angu!
Caso queira cores vibrantes em seus molhos sugiro algumas opções que podem servir como elemento tingidor. São eles: açafrão e cúrcuma para um toque alaranjado, cebolas fritas lentamente que dão um toque amarronzado, tomates vermelhos puros ou com iogurte para vermelho ou um tom rosa[1], folhas de coentro frescas para um toque verde entre outras.
[1] Dica de Camellia Panjabi em 50 great curries of Índia, página 28.
Urucum – Bixa orellana
Já o urucum é bastante conhecido dos brasileiros por ser utilizado como elemento das pinturas indígenas sobre a pele. Possui uma cor bem forte e é ele que dá a tonalidade amarelo-avermelhada que compõe o colorau. Pode ser usado na proteção contra mosquitos, e na culinária usando diretamente nos pratos, desde que se retire suas sementes antes do final, pois seu gosto é amargo, mas essa utilização não é muito comum. Alguns aficionados pelo sol utilizam o óleo de urucum para estimular o bronzeado. Levando em conta os perigosos do sol considero passar urucum na pele[1] uma insanidade.
[1] Alguns estudos defendem que o urucum seria um aliado para evitar o câncer de pele protegendo-a dos raios ultravioletas. Mas eu não me arrisco.