Publicado em 01/04/23
22 de abril de 1529 – Tratado de Zaragoza discute a posse das Ilhas Molucas entre Portugal e Espanha.
Dois anos após a partida de Colombo, Portugal e Espanha assinam um acordo em que um traço vertical foi definido para dividir o mundo em duas porções estabelecendo onde cada poderia desbravar. O cardo foi assinado na atual província Valladolid na cidade de Tordesilhas em 7 de junho de 1494 entrando para a histporia com o nome de Tratado de Tordesilhas. Tratou-se de foi uma solução que por breves anos serviu garantindo o futuro da expansão colonial espanhola na América sem ameaça portuguesa e permitiu com que os portugueses dominassem a navegação ao redor do continente africano para depois dominar o Índico, Luis Adão destaca que o Oceano Índico não é mar a descobrir nem espaço a construir, é mar e espaço concorrencial a dominar[1]. De ambos os lados chegariam especiarias que iriam invadir as mesas européias e cuja mescla definiria hoje o que tempo em nossos supermercados.
Com o contorno da África e a chegada de Vasco da Gama à Índia em 1498 feita pelos portugueses e e a expansão espanhola pelo Atlântico rumo ao Oriente via oeste, percebe-se que Tordesilhas já não é mais suficiente para definir onde exatamente se estabelece o que é português e o que é espanhol. Afinal até onde cada país pode ir? A Coroa castelhana que tinha se apossado das Filipinas, gerou em Portugal um grande desconforto de ver uma de suas maiores conquistas a Ilhas Molucas ou Ilhas das Especiarias, agora ameaçada pela presença castelhana na região. Portugal e Espanha se engalfinhavam em busca de uma solução para resolver a delicada questão da repartição do bolo e a cidade de Zaragoza foi cidade escolhida para o trato.
A fatia em questão era região berço das especiarias as famosas e desejadas Ilhas Molucas. As Molucas eram extremamente desejadas pelos exploradores de todo o mundo, as ilhas da Indonésia eram mais badaladas até do que a costa oeste da Índia, onde décadas antes Vasco da Gama tinha chegado. As caras especiarias como noz-moscada, o macis, e o cravo estavam lá disponíveis para quem as pudesse tomar.
Foi em 1529 que finalmente um acordo foi firmado entre lusos e castelhanos pondo fim ao dilema. O acordo passava a Portugal o direito de comercializar com as Molucas, mas impedia o país de construir feitorias na região. Os espanhóis abriram mão do comércio e de todo o poder de ação, domínio, posse e comércio da região das Molucas[3] em troca do pagamento da bagatela de 350 mil ducados de ouro[4] e a manutenção das Filipinas. Estava resolvida uma das muitas disputas entre portugueses e espanhóis.
Por prof. André Mafra
[1] Luis Adão da Fonseca em De Vasco a Cabral, página 207.
[2] Os aragoneses também viriam a enfrentar arduamente as força de Napoleão no início do século XIX.
[3] Só se esqueceram de avisar aos nativos.
[4] O equivalente a 1200 kilos de ouro.