Publicado em 11/10/20

à Caça de especiarias em Veneza (BR/ITA)

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À caça de especiarias em Veneza

Para um estudioso das especiarias, travar contato com Veneza e seu passado glorioso é mandatório. Como capital da Sereníssima República por mais de um milênio, a cidade permitiu o acesso do Ocidente ao apurado paladar do Oriente. Mas, curiosamente, a badalação que havia em torno dos produtos do Leste perdeu força na Itália e na Europa ocidental em geral. Segundo Michael Krondl, os italianos, por exemplo, estão em último lugar no consumo de especiarias.

Tal constatação, entretanto, não afetou em nada meu plano original de desvendar as riquezas culinárias de Veneza. Assim, fiz questão de me hospedar na região antiga de Veneza, pois sabia que estaria mais próximo de tudo que fosse tradicional e histórico. Descobri um agradável restaurante que obrigatoriamente tinha de visitar, o Bistrot Venise[*], localizado próximo ao burburinho da piazza São Marcos e onde proprietário Sergio Fragiacomo e o chef do local Sebastiano Bodi, Sergio Fragiacomo , mantém viva a chama dos sabores do Oriente. Com um ambiente agradável e mesas disputadas, o restaurante oferece no menu o chamado Historic Venetian Cuisine, cujo subtítulo – Discovering the ancient flavours of Venice, ou Descobrindo os sabores antigos de Veneza, no português – deixou-me satisfeito. No cardápio, há sugestões de recriações feitas pelo chef, que remontam à cozinha de Vêneto dos séculos XIV, XV e XVI.

Pedi um agradável ravióli da casa, recheado com queijo e as ervas aromáticas, sálvia, e alecrim, além de gengibre. Ao final, uma sobremesa de torta de queijo acompanhada de sorvete de açafrão, regado a água de rosas. Tudo impecavelmente apresentado e adequado ao gosto europeu contemporâneo, porém com quantidades modestas de especiarias para o meu ansioso paladar. Caso visite a cidade aos finais de abril, uma boa pedida gastronômica para fugir dos pratos para turistas com seus canelones disformes e pizzas tristes, como ironiza Mina Holland[**], é procurar um bom restaurante para comemorar o dia de São Marcos, mais precisamente dia 25 do mês, com o tradicional risoto de ervilhas (risi e bisi), no qual o arroz e as ervilhas celebram a fartura e a primavera, respectivamente.

[*] Restaurante citado por Michael Krondl em O sabor da conquista, página 86.

[**] O atlas gastronômico, página 124

Alla caccia di spezie a Venezia

Per uno studioso di spezie, conoscere Venezia e il suo glorioso passato è obbligatorio. Come capitale della Serenissima Repubblica per oltre un millenio, la città ha permesso l’accesso dell’Occidente al palato accurato dell’Oriente. Però, curiosamente, l’interesse che c’era per i prodotti dell’est ha perso forza in Italia e nell’Europa occidentale in generale. Secondo Michael Krondl, gli italiani, per esempio, sono in ultimo posto nel
consumo di spezie.

Questa osservazione, però, non ha condizionato per niente il mio piano originale disvelare le ricchezze gastronomiche di Venezia. Allora, ci tenevo ad alloggiarmi nella regione antica di Venezia, perché sapevo che sarei più vicino a tutto ciò che fosse tradizionale e storico. Ho scoperto un piacevole ristorante dove dovevo andare per forza, il Bistrot Venise, localizzato vicino ai suoni di piazza San Marco e dove il chef del ristorante, Sebastiano Bodi (Sergio Fragiacomo il proprietario), mantienen viva la fiamma dei sapori dell’oriente.

Con un gradevole ambiente e i tavoli molto richiesti, il ristorante offre nel menu il chiamato Historic Venetian Cuisine, con il sottotitolo – Discovering the ancient flavours of Venice 1 , o Descobrindo os sabores antigos de Veneza, in portoghese – mi hanno lasciato soddisfatto. Nel menu, ci sono suggerimenti di ricreazioni fatte dallo chef, che riportano alla gastronomia del Veneto dei secoli XIV, XV e XVI.

Ho chiesto dei piacevoli ravioli della casa, ripieni con formaggio e le erbe aromatiche, salvia e rosmarino, oltre allo zenzero. Alla fine, il dessert di torta di ricotta accompagnata da gelato allo zafferanno e condito con acqua di rose. Tutto perfettamente presentato e adeguato al palato europeo contemporaneo, però con quantità moderate di spezie per il mio ansioso palato. Nel caso tu visiti la città alla fine di aprile, una buona richiesta gastronomica per scappare dai piatti per turisti con i loro cannelloni
storti e pizze tristi, come ironizza Mina Holland  , è conveniente cercare un buon ristorante per festeggiare il giorno di San Marco, più precisamente nel 25 del mese, con il tradizionale risotto di piselli (risi e bisi), nel quale il riso e i piselli celebrano l’abbondanza e la primavera, rispettivamente.

 

 

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Autor
Mafra lake

Andre Mafra

  Estudioso da área de culinária desde 2010, dedica-se a pesquisar e estudar sobre alimentação e especiarias. Realizou viagens aos… Continue lendo.

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